Cuidados e orientações ajudam na prevenção contra a meningite

A Secretaria de Saúde alerta a população para as constantes variações de temperatura e para a falta de chuvas que ocorre no Paraná neste inverno. A baixa umidade do ar pode provocar infecções por motivo da irritação e lesões das mucosas e das vias respiratórias. Segundo a responsável na Secretaria da Saúde pelas doenças imunopreveníveis, Nilce Haida, devido a esses fenômenos, a preocupação é com o possível aumento de casos de meningite, que pode ser transmitida por vários tipos de agentes, como bactérias, vírus, fungos ou protozoários. ?No Paraná foram registrados este ano 1.587 casos de meningite, com 107 mortes. Em 2005 foram 2.486 casos com 223 mortes?, explicou.

Haida orienta que de forma geral, para evitar a meningite, a principal ação é ventilar bem ambientes em que há aglomerações de pessoas como casas, locais de trabalho, ônibus, salas de aula e reuniões. Outros cuidados que a população pode ter para evitar a doença, é uma boa hidratação, uma boa alimentação, higiene pessoal (como lavar as mãos, principalmente no atendimento a crianças e manuseio dos alimentos) e não tossir ou espirrar sem o uso de um lenço ou proteção. ?Estes cuidados contribuem para evitar diversas infecções e também ocorrências de meningite?, alerta.

As meningites ocorrem preferencialmente em crianças de baixa faixa etária. No entanto, adultos, jovens e idosos também estão expostos à doença. 

A Secretaria acompanha e monitora a ocorrência de todos os casos de meningite nos 399 municípios do Estado durante o ano inteiro, uma vez que alguns dos tipos de meningite se caracterizam como de grande relevância para a saúde pública. Nesse grupo enquadram-se a meningite meningocócica, por hemófilos e tuberculosa, por ser transmitida através das vias respiratórias.

Para aumentar a vigilância com relação à doença, a Secretaria enviou para as 22 Regionais de Saúde do Estado uma lista de cuidados a serem tomados pela população. O objetivo é levar mais informações ao maior número de pessoas, por meio de orientações nas escolas e unidades de saúde. Também está sendo repassado para cada profissional de saúde um balanço de como está a situação epidemiológica em seu município. Isto servirá para fazer o combate nas regiões mais atingidas e, se necessário, promover um fortalecimento da ação quimioprofilática nos locais onde houve casos. ?A vigilância em saúde é fundamental para esse tipo de doença. Com essas orientações conseguimos uniformizar todas as ações com o objetivo de prevenir a doença conseguindo um diagnóstico precoce, diminuindo os riscos ou conseqüências da doença?, conta a médica sanitarista da Secretaria, Lilimar Nadolny Mori.

A meningite é um processo inflamatório das membranas que envolvem o cérebro. O processo infeccioso do sistema nervoso central e de suas membranas envoltórias pode ser agudo, particularmente por bactérias e vírus. A doença desenvolve-se, em geral, após uma infecção causada pela pneumonia, otites, sinusites, infecção urinária, amigdalite, pós-varicela e pós-caxumba, entre outros.

A maioria dos agentes infecciosos desenvolve a doença na forma de meningite e alguns podem apresentar-se também sob a forma hemorrágica.

Os principais sintomas da doença são febre, dor de cabeça intensa, vômitos e rigidez da nuca (dor ao movimentar a cabeça e dificuldade de encostar o queixo junto ao peito).

Nos bebês e crianças de baixa faixa etária, os sintomas principais são a recusa de mamadas ou alimentos e a presença de irritabilidade ou sonolência. No desenvolvimento de formas graves, ou seja, as hemorrágicas, manchas arroxeadas, pontos sangüinolentos e lesões na pele aparecem de repente no início da infecção. ?É muito importante que as pessoas estejam atentas aos sintomas da doença e que, assim que haja suspeita de meningite, levem o paciente imediatamente para um serviço médico?, avisa Nilce.

Estudo

O Laboratório Central do Paraná (Lacen) é o laboratório de referência para a análise e diagnóstico do agente envolvido em cada caso de meningite no Estado. O Lacen envia as cepas identificadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para pesquisa com o intuito de buscar métodos de prevenção no futuro, além do monitoramento de resistência aos antimicrobianos.

Meningocócica

Em 2006 foram registrados 142 casos com 38 mortes e em 2005 foram 200 casos com 38 óbitos. Ela é transmitida por meio das vias respiratórias por secreções contaminadas através de espirro, tosse ou fala. Existem vários tipos de meningococos (A, B e C), e nas ações de prevenção deverão ser aplicadas através da quimioprofilaxia. Esse tratamento é feito pela equipe de saúde do município.

Para o sorogrupo A e C, a indicação e uso da vacina são feitos somente após a análise da situação para cada local. Para o sorogrupo B, até o presente momento não há vacinas disponíveis pelo Ministério da Saúde.

Por outras bactérias 

Ocorre em decorrência de infecções como otite, sinusite, infecção urinária e pneumonias, entre outros. Normalmente não é contagiosa e na forma de meningite desenvolve também uma manifestação severa, com longo período de internação e tratamento. Esse tipo de meningite pode causar várias complicações e é responsável por um elevado número de óbitos.

Em 2005 foram registrados 512 casos da doença com 90 óbitos. Este ano foram 307 casos com 32 mortes. 
 
Tuberculosa

Esse tipo de meningite se diferencia dos outros tipos. Os sintomas são febre, cefaléia, hipertensão endocraniana e de início insidioso (contínuo). Ela é transmitida através da tosse, fala ou espirro de pacientes com tuberculose pulmonar. ?A meningite tuberculosa é a forma mais complicada da tuberculose. Esse tipo de doença não é transmissível, a não ser que a pessoa esteja também infectada com tuberculose pulmonar?, lembra Nilce. Em 2006 foram oito casos com duas mortes, já em 2005 foram registrados 20 casos com sete óbitos.

 O tratamento é feito segundo o protocolo da Divisão Nacional de Pneumologia Sanitária do Ministério da Saúde.

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