Tratamento hormonal é alternativa à retirada do útero

hormonio2031105.jpgNo dia 10 de novembro, pesquisadores brasileiros e internacionais apresentam em Curitiba os benefícios do uso do sistema intra-uterino (SIU) liberador de baixas doses de progesterona (levonorgestrel) – no tratamento da menorragia e da endometriose. De acordo com estudo publicado na revista científica Contraception, a menorragia ? fluxo sanguíneo menstrual excessivo – atinge cerca de 30% das mulheres em idade reprodutiva. Com o uso do SIU, o fluxo sanguíneo é reduzido em até 97%.

Considerado um método contraceptivo de vanguarda, o SIU é indicado para tratar a menorragia idiopática, aquela de causa desconhecida. Além de gerar preocupação e desconforto à mulher, a doença pode levar à anemia. Nos casos em que é diagnosticada, mais de 50% das pacientes são submetidas à cirurgia de retirada cirúrgica do útero (histerectomia), sendo que 1/3 não possuem problemas na anatomia desse órgão.

O professor titular de ginecologia da Unicamp, Luis Bahamondes, explica que a mulher deve ficar atenta aos sintomas. ?Caso apresente aumento de sangramento em quantidade, é importante observar a freqüência e o número de dias do mesmo?, explica Bahamondes.

Segundo a pesquisadora Pirjo Inki, assessora médica da Schering na Finlândia e que vem ao Brasil para apresentar o tema, o SIU reduz consideravelmente o fluxo menstrual excessivo, em até 97%, e os sintomas da TPM (Tensão Pré-Menstrual). ?O tratamento melhora a qualidade de vida da mulher e tem vantagens como ação prolongada (cinco anos), método reversível e ótimo custo-benefício, já que é 40% mais barato que a cirurgia?, destaca.

O professor do departamento de ginecologia e obstetrícia da Unicamp, Carlos Petta, conta que a menorragia é um problema freqüente. ?Essa é uma queixa muito comum no consultório e que tende a aumentar com a idade, por exemplo, em mulheres após 30 anos?, informa. Ele explica que o SIU pode ser uma alternativa para evitar a histerectomia, uma cirurgia que possui riscos e torna a mulher estéril. Por ser um tratamento menos invasivo, não requer anestesia e a paciente pode exercer suas atividades de rotina normalmente. ?Para se ter uma idéia, uma pesquisa que fizemos na Unicamp com 44 mulheres mostrou que após um ano de tratamento com o sistema intra-uterino, 75% das pacientes optaram por continuar com o método, sem problemas de sangramento?, conta Petta.  

Esta também é a recomendação do American Journal of Obstetric & Gynecology. Estudo publicado no primeiro semestre deste ano pela revista científica, concluiu que o SIU deve ser considerado no tratamento da menorragia devido aos riscos e possíveis complicações das cirurgias. O índice de aceitação do tratamento com o sistema intra-uterino foi de 68%.

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