Pré-natal reduz casos de gravidez psicológica

Atraso na menstruação, alteração no abdome, inchaço nos seios e sentir o bebê mexer são sinais comuns a todo quadro de gravidez. Os mesmos sintomas também eram apresentados por mulheres que passaram por uma gravidez psicológica. No entanto, apesar de o tema ter vindo à tona recentemente, o médico ginecologista Edson Tristão, do Hospital de Clínicas, garante que isso "é coisa do passado. O último caso que eu tive notícia aqui foi há quase dez anos."

Esse quadro, segundo Tristão, é comum a pessoas que apresentam distúrbio psicológico. "Ela quer muito engravidar, mas não consegue. Isso se torna uma fixação e de repente ela começa a sentir os sintomas", explica. Segundo o médico, esse problema já não aparece mais. "Hoje temos ecografia, o exame BetaHCG e outras tecnologias. Quando não havia, essas situações nos preocupava. Hoje é resolvido no início", garante.

No entanto, o motivo principal do sumiço da gravidez psicológica é o mesmo do desaparecimento de sintomas que há alguns anos também eram comuns – os enjôos e as náuseas das pacientes, que muitas vezes são também reações psicológicas. Trata-se de um simples benefício. "Hoje 99% das pacientes curitibanas têm o acompanhamento pré-natal, enquanto que há dez anos esse total não chegava a 60%", afirma o ginecologista.

Os exames de pré-natal não passam de simples consultas, onde o médico vai verificar como estão o bebê e a mãe, em cada estágio da gravidez. Sabendo que se trata de gravidez psicológica, o médico desde o início encaminha a paciente ao tratamento psicológico, e o processo acaba sendo pouco traumático. Atualmente, pela rede municipal de saúde, em média 1,5 mil mulheres recebem esse acompanhamento. Somente este ano, até o mês de setembro, 12.780 mulheres tiveram o pré-natal. Em 2004, foram 16.237 durante o ano todo. "Antes as mulheres que tinham gravidez psicológica ficavam em casa e enganavam apenas a família. Hoje, com a tecnologia disponível e o acompanhamento pré-natal, uma série de problemas foram resolvidos", comemora o médico Edson Tristão. 

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