Paraty resgata o melhor do Carnaval de rua

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O irreverente Bloco da Lama diverte os foliões durante o Carnamar.

A charmosa cidade histórica de Paraty, no Rio de Janeiro, mais uma vez, vai ferver no Carnaval. Suas ruas serão tomadas pelos tradicionais blocos carnavalescos que, todos os anos, arrastam centenas de foliões. A festa já teve início dia 22, com o Carnamar, que abriu a temporada pré-carnavalesca com um tour de saveiros, veleiros e lanchas pelo mar da cidade, todos lotados de foliões fantasiados.

Mas a abertura oficial da folia será no dia 5 de fevereiro, com o popular Bloco da Lama, que embala uma multidão que também se suja com lama para festejar. Além deste, a cidade tem ainda outros sete blocos carnavalescos: Os Paulos, Vamos Que Tô, Os Meninos do Pontal, Paraty do Amanhã, Mangueira, Acadêmicos da Patitiba e Tribo do Samba.

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O simpático centro histórico, com
seus casarios e ruas estreitas,
 convida a um passeio sem pressa.

O Bloco da Lama abre a festa por ser o mais famoso. Sua originalidade e bizarrice tem atraído a atenção da mídia e a curiosidade do público. Criado num sábado de Carnaval, há dezessete anos, o bloco tem, a cada ano, reunido um número maior de adeptos, chegando a sair, em 2003, com mais de dois mil componentes. Sua passagem no sábado de Carnaval, dizem, tem a função de espantar os maus espíritos e atrair a alegria para a festa.

Originalidade

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Praia Grande do Pouso da Cajaíba, na Baía de Paraty.

O Carnaval é a festa popular mais importante da cidade. Ganhou destaque pela sua originalidade, com a presença dos mascarados, que começam a aparecer já logo depois do Dia de Reis. Eles se caracterizam por vestir roupas enormes que lhes cobrem todo o corpo e usam máscaras feitas de papel machê. Andam em grupos ou solitários, não falam, emitem ruídos e assustam os transeuntes, especialmente as crianças. As máscaras mais comuns são as de caveira, de chifres e as horrorosas e deformadas. E é assim todos os anos: um Carnaval animado por blocos e baterias e pela banda de música, e todos percorrem o centro histórico arrastando multidões, à moda dos trios elétricos.

Centro histórico, singelo e singular

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Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios: imponência em estilo neoclássico.

Seria um desperdício ir a Paraty neste Carnaval ou em qualquer época do ano e não visitar seu simpático centro histórico. Singelo e singular, ostenta casarios, enfileirados em ruas estreitas e sinuosas que convidam a um passeio sem pressa. Como define o escritor paratiense Diuner José Mello, autor de um informativo turístico cultural da região, "para se conhecer Paraty é necessário estar desprevenido de toda a majestade das igrejas suntuosas, como as da Bahia; é necessário esquecer o fausto e a riqueza de Ouro Preto. Aqui nada é suntuoso nem majestático. O importante é o conjunto".

Lá estão monumentos e prédios curiosos. Vale a pena conhecer, por exemplo, a Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, prédio construído em estilo neoclássico, que se sobressai por sua imponência. Outro monumento curioso é a Cruz das Almas, do século XIX, um altar público, existente na Rua Presidente Pedreira. O Quartel da Fortaleza da Patitiba, situado no Largo da Santa Rita, hoje é a sede do Instituto Histórico e Artístico de Paraty e guarda acervos importantíssimos, abertos à consulta e visitação públicas.

Para quem aprecia artesanato, uma dica é o Forte Defensor Perpétuo, no Morro do Forte, já restaurado, que hoje abriga o Centro de Artes e Tradições Populares de Paraty.

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