O futuro tecnológico não terá fios

Se você é um daqueles usuários que tem pavor do amontoado de fios e cabos que acompanham os computadores e não faz a menor idéia de onde conectar cada um deles, precisando recorrer a um técnico toda vez que muda o aparelho de lugar, relaxe: o futuro será wireless. Derivado de uma tecnologia que surgiu há cerca de cinco anos, tempo suficiente para chamá-la de velha no mundo da informática, mas insuficiente para torná-la amplamente difundida, os aparelhos wireless e as redes wi-fi já estão presentes no cotidiano das grandes cidades.

Ambos os termos vem do inglês e são os mais significativos no momento no mundo da tecnologia. Wireless quer dizer sem fio e wi-fi é a abreviação para wireless fidelity, ou fidelidade sem fio. As redes que recebem essa denominação são aquelas que interligam computadores nas empresas e residências ou os conectam à internet, como qualquer rede normal, mas com a grande vantagem de dispensarem o uso dos cabos, que parecem ter sido inventados apenas para enrolar uns nos outros ou limitar a possibilidade de locomoção das pessoas e dos equipamentos.

Hoje, os laptops e palmtops mais modernos já vêm com o sistema wi-fi embutido, sendo a principal vantagem dessas máquinas ofertar internet a qualquer hora. Mas é possível instalar uma placa externa mesmo nos computadores de mesa mais antigos e usufruir da mesma comodidade. Por isso, lugares freqüentados por empresários, profissionais do mundo corporativo ou mesmo usuários com alto poder aquisitivo, como aeroportos, hotéis e universidades, são hoje pontos de acesso à internet sem fio, chamados de hotspots (algo como pontos quentes). ?Nesses locais são instalados pontos de acesso, que possibilitam que um computador a uma distância de até 100 metros, mais ou menos, receba o sinal e se conecte à internet?, explica Fábio Frias, gerente de negócios da FITec, empresa que desenvolve soluções tecnológicas a seus clientes, inclusive de redes sem fio.

Através das redes wi-fi, que utilizam tecnologia de sinais de rádio de freqüência aberta, alguns provedores de acesso oferecem essa possibilidade aos seus clientes, que passam a dispor de acesso à internet em vários pontos da cidade, bastando ligar seus laptops, digitar uma senha e, claro, pagar uma taxa. A lista de hotspots no Brasil pode ser conferida no site da empresa Vex, (www. vexbr.com.br), que inclui uma série de estabelecimentos comerciais, como hotéis e restaurantes.

Fábio é um dos exemplos da tecnologia que ajuda a difundir. ?Muitos aeroportos já têm até mesmo mais de um provedor ao mesmo tempo. Recentemente estava em Brasília aguardando um vôo, liguei meu laptop, que logo reconheceu três provedores para eu escolher. Paguei cerca de R$ 9 por 90 minutos de conexão, adiantei um monte de trabalho e ainda pude fazer ligações telefônicas pela internet, sem gastar mais nada por isso?, conta. ?É como se estivesse no escritório.?

O gerente explica que o sistema wi-fi, por enquanto, ainda é mais lento que o tradicional, a cabo, mas o usuário ganha em mobilidade. ?Isso significa que uma empresa que opta pelo sistema sem fio permite que seus funcionários levem seus laptops, por exemplo, para a sala de reuniões e continuem conectados à rede da empresa, podendo acessar e enviar dados enquanto discutem.?

Isso sem falar na praticidade de trabalhar numa mesa onde não haja nenhum fio, ou carregar seu computador para a sala, quarto ou mesmo para o jardim ou quintal e continuar conectado. Outra tecnologia, o bluetooth, que nada mais é do que um sistema wi-fi de curto alcance, de dois a quatro metros, deverá ser responsável por acabar de vez os cabos dos computadores. Teclado, mouse, impressora, monitor: tudo ligado por ondas, sem fio algum.

Democratizando

Mas Fábio acredita que revolução maior será criada com uma outra tecnologia sem fio que ainda está sendo desenvolvida: a wimax. Enquanto o sistema wi-fi permite acesso a até 100 metros de distância dos pontos de acesso, o wimax amplia esse alcance para até 70 km e em velocidades altíssimas de conexão. Ou seja, pontos bem localizados podem garantir acesso à internet numa cidade inteira, sem que o usuário precise estar utilizando nenhum cabo para tanto. ?Pode-se fazer um paralelo com o que acontece com o celular?, explica Fábio, mercado que deverá ser bastante afetado pela a expansão dessa tecnologia.

?Principalmente em países que ainda têm deficiência em redes de cabos, como no Brasil, o wimax, que tem um custo relativamente baixo para instalação, deverá significar uma revolução, pois poderá levar a internet a cidades que nem ligação telefônica tem?, acredita Fábio.

Cuidados

Fábio alerta, porém, para os pontos negativos das redes wi-fi. ?Além da velocidade ser sensivelmente mais lenta, é preciso saber proteger bem esse tipo de rede. Senão você corre o risco de estar provendo internet de graça para algum vizinho mal-intencionado que tenha uma placa dessas?, avisa. No caso das empresas, o cuidado deve ser redobrado, devido à segurança dos dados. ?Para as equipes de tecnologia das empresas, se já forem especializadas em configurar as redes, não terão problemas para proteger os dados.?.

Voltar ao topo