Tragédia conjugal

Marido traído atropela e mata a mulher em Colombo

Ao ouvir da boca de sua própria mulher que estava sendo traído, o frentista Mauro Sérgio Dias, 36, ficou transtornado e atropelou Fernanda Cristina Barreto Dias, 20, que ia a pé para o trabalho, na manhã deste sábado (12), na Rua Abel Scuissiato, Campo Alto, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba. Com o impacto da batida, a jovem foi arremessada por cima de um barranco e caiu morta ao lado de uma casa.

Depois de jogar o carro contra a mulher, Mauro tombou o veículo Santana alguns metros à frente, no mesmo terreno. Ele disse que tentou se matar, porém não sofreu um arranhão e tentou fugir, sendo detido no posto de combustíveis onde trabalha.

O acidente aconteceu por volta das 7h30, horário em que um comerciante, que prefere não se identificar, chamou a Polícia Militar após deter o rapaz com ajuda de um tio, que é sargento. A testemunha disse que estava indo para o trabalho quando se deparou com o homem fugindo correndo. Mauro se refugiou no posto onde trabalha, na Estrada da Ribeira, e foi detido pelo empresário, que chamou seu tio, o sargento Lara, da Cavalaria da Polícia Militar, para dar apoio.

O policial, que mora perto do local do acidente, foi até o estabelecimento e deu voz de prisão ao motorista, que foi encaminhado à Delegacia do Alto Maracanã. “Pelo impacto do carro, acredito que ele também tentou se suicidar, mas não conseguiu. Ele contou que brigou com a mulher, que não queria lhe entregar o filho e acabou usando o veículo como arma”, disse o sargento, que, mesmo de folga, prontamente atendeu ao pedido do sobrinho. “O policial, fardado ou não, não pode se eximir dos fatos”, afirmou. Tio e sobrinho disseram que Mauro estava calmo e sóbrio quando foi preso.

A família da jovem foi até o local do acidente e estava inconformada com a forma como o casamento foi desfeito. “Ele não bebia e nunca agrediu a Fernanda. Foi um ato covarde”, lamentou o pai da jovem, que considerava o genro como seu próprio filho.

Na delegacia, o frentista contou que ficou três anos casado com Fernanda, que trabalhava numa loja de roupa no Shopping Mueller, em Curitiba. Há uma semana, porém, os dois estavam separados porque, segundo ele, Fernanda não suportava mais o ciúme do marido. As pequenas discussões do casal também acabaram desgastando a relação.

“Ela confessou que estava me traindo e queria se separar no papel o quanto antes”, disse Mauro, que chegou a encontrar cartas no bolso da vítima que confirmariam o caso extraconjugal. “Ontem (sexta-feira) eu fui até o litoral e tentei me matar me jogando no mar”, contou.

Pouco antes de tomar a atitude insana, Mauro dirigia, conversando com a jovem pelo telefone e trocando mensagens com ela. Ele revela que o fato de não ter sorte no amor o levou a cometer a loucura.

“Meu primeiro casamento foi traumático. E esse agora não foi tanto por causa da separação, mas o pior foi a confissão dela. Eu nunca fiz mal a ninguém. Nunca bebi. Nunca fumei. Mas sempre fui muito magoado nos meus relacionamentos. A gente assiste aos filmes e vê sempre as pessoas tomando atitudes passionais. Se tivesse ficado quieto num canto não ia acontecer isso”, arrepende-se o frentista, que não espera receber o perdão da família da jovem.

“Pedir perdão é fácil. O duro é perdoar. E acredito que só Deus pode fazer isso”, lamenta o frentista, que permanece preso e vai responder por homicídio.

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