Ter um cabelo lindo como o das atrizes das novelas ou como o das modelos dos comerciais de xampu é um sonho para a maioria das mulheres. Mas, na vida real, com a correria do dia a dia e sem os efeitos ilusórios das luzes e das câmeras, sabemos que esta missão nem sempre é simples, afinal, um cabelo saudável, sedoso e brilhante depende de vários fatores, que envolvem cuidados diários com os fios, proteção contra danos químicos e agressões externas, ingestão de água e alimentação adequada, além da adoção de uma rotina de tratamentos.
Entre os procedimentos que mais trazem resultados, devolvendo a vitalidade às madeixas, estão as variadas técnicas de hidratação, que podem ser feitas com os cabeleireiros, nos salões, ou sozinha, em casa, aguardando uns minutos no box do chuveiro. Os produtos utilizados para este fim, que podem ser apresentados em forma de creme, máscaras ou ampolas de tratamento, oferecem muitos benefícios, entre eles, o de nutrir e regenerar a estrutura dos fios.
Nos salões, costumam ser oferecidas a hidratação convencional, com máscaras que podem ser hidratantes (devolvem a maciez) ou reconstrutoras (reconstroem os fios), ou a hidratação profunda, com ampolas e a cauterização, nas versões “a quente” (com uso da chapinha) ou “cauterização a frio” (finalizada com uma escova).
De acordo com a instrutora do Instituto L’oreal Professionnel de Curitiba Juliana Romero, a diferença básica entre elas é que a hidratação sela as cutículas do fio e a cauterização devolve matéria, cimento intercelular para o cabelo. E, para cada mulher, a escolha da melhor técnica para seus cabelos é definida pelo cabeleireiro, após uma avaliação do tipo, da espessura e das condições atuais dos fios.
Segundo Juliana, as hidratações podem ser feitas de duas a três vezes por semana se os fios estiverem muito fragilizados e quebradiços. Ou uma vez por semana, se os danos não forem tão evidentes, e a cada 15 dias (ou uma vez ao mês), caso o cabelo esteja mais saudável. Entre os que mais necessitam de hidratação, estão os cabelos que possuem mechas, escova progressiva, alisamentos e os que passaram por outros tratamentos químicos. “Temos que avaliar o que o cabelo está pedindo, a espessura do fio, se ele possui ou não química. Assim, podemos verificar que produtos devemos utilizar”, orienta.
Há necessidade mesmo?
De acordo com a médica dermatologista a Christine Graf Guimarães, o que mantém a maleabilidade dos fios é o sebo natural produzido pelo couro cabeludo. Mas quem tem os fios fragilizados pode se beneficiar das hidratações. “Quem tem cabelo comprido, com química, usa chapinha ou secador muito quente pode ter o cabelo danificado. E, para reparar a medula e a cutícula deste fio, é necessário condicionador ou máscara. Para danos mais intensos, máscaras sem enxágue também podem ser indicadas. Já as ampolas podem incorporar proteínas aos fios. Mas, apesar de apresentarem bons resultados, os efeitos costumam durar por poucas lavagens”. E, segundo a médica, as hidratações podem ser contraindicadas para pessoas com dermatite seborreica ou outros problemas no couro cabeludo. “Elas devem procurar um médico dermatologista antes de recorrer a estes tratamentos”.
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| Enrolar o cabelo, como em cachos, faz com que o conteúdo da ampola se espalhe melhor e também evita desperdícios. Foto: Gerson Klaina |
Do jeito certo
Seja em casa ou no salão, em cabelos finos ou mais espessos, o jeito correto de hidratar os cabelos é sempre ,o mesmo. A instrutora ensina que os cabelos devem ser lavados e, em seguida, o excesso de água deve ser retirado com uma tolha, apenas comprimindo, sem torcer ou esfregar os fios. Em seguida, é preciso retirar cerca de uma colher de chá da embalagem da máscara e, para evitar contaminações, ela recomenda o uso de uma espátula para manipular o produto.
Na sequência, Juliana recomenda que mechas finas sejam separadas. “Em cada uma delas, passe um pouco da máscara no comprimento e nas pontas, fazendo uma massagem e puxando o creme para as pontas dos fios, envolvendo e ‘enluvando’ cada mecha, usando um pente como apoio, para desembaraçar os fios durante o processo. Proceda da mesma forma com as demais mechas do cabelo. Aguarde de três a cinco minutos, seguindo as orientações do fabricante contidas na embalagem da máscara. Depois, enxágue e não passe mais nenhum produto nos fios, exceto um leave-in ou protetor térmico. Seque os fios com o secador ou naturalmente”.
No caso das ampolas, o processo é muito similar. O que muda apenas é no momento da aplicação. “Você deve separar o cabelo em mechas e, para aplicar o líquido da ampola, o recomendado é enrolar os fios, como se fosse fazer um cacho. Isto ajuda a passar o produto, sem desperdícios”, revela a instrutora.