Para ajudar a emagrecer

Coaching também serve para o procedimento de perda de peso

No Brasil, segundo dados da Comissão de Prevenção e Combate a Obesidade da Associação Médica Brasileira (AMB), mais de 65 milhões de pessoas, o que corresponde a 40% da população, estão com excesso de peso. E dez milhões são consideradas obesas. Ainda de acordo com a AMB, os números avançam rapidamente entre todas as idades e classes sociais. Estes dados alarmantes, que podem indicar tendências futuras de desenvolvimento de doenças como diabetes, pressão alta, doenças cardíacas e colesterol alto, além de problemas emocionais e estéticos, preocupam médicos e pacientes.

Entre as pessoas que estão acima do peso, muitas já tentaram emagrecer, mas, por algum motivo, não conseguiram perder peso de forma definitiva. Uma das prováveis causas para esta falta de sucesso no emagrecimento pode estar relacionada à maneira como elas conduziram o processo, sem talvez estarem sintonizadas com um modelo mental, jeito de pensar, que as façam acreditar e se manter no novo estilo de vida.

Para o coach Guilherme Piazetta, qualquer recurso utilizado para emagrecer, que não seja o controle da alimentação e a prática de exercícios fiscos são atalhos, artifícios que podem levar a resultados rápidos, mas não duradouros. Para permanecerem magras e com saúde, ele defende a ideia que as pessoas precisam ter hábitos saudáveis e um padrão mental que favoreça estas mudanças.

Para ajudar quem têm dificuldades, Piazetta utiliza com seus clientes o coaching de emagrecimento, ferramenta do mundo corporativo para o desenvolvimento de pessoas que ele aplica para estimular e promover a perda de peso. “O coaching com o objetivo de emagrecimento gera transformação nos modelos mentais, que ajuda a transformar os hábitos das pessoas, aumentando a motivação e diminuindo as resistências”, explica.

O coaching de emagrecimento costuma durar de oito a 12 sessões, em um período de três a quatro meses. Neste processo, o coach estimula a pessoa a entender o que dificulta a perda de peso, o que ela precisa modificar e quais são suas crenças limitantes. Após esta análise, é feita a orientação para que a pessoa planeje e execute as ações que levarão ao emagrecimento. “O coaching funciona quando a dificuldade de emagrecer é motivada por crenças limitantes e autossabotagem. Muita gente quer emagrecer, mas não quer perder as roupas das quais mais gosta, outras colocam a culpa em fatores externos, como falta de tempo e dinheiro, há também aquelas que não têm confiança para assumir uma nova forma corporal”.

O coach ainda afirma que muitas pessoas só emagrecem quando a dor de permanecer desta forma se torna maior do que as dores necessárias para a perda de peso. “Para chegar nessa nova percepção, é necessária uma mudança de hábito no indivíduo, um esforço mental e físico que fará com que a pessoa tenha que sair de sua zona de conforto. Se a mente não for transformada, a pessoa voltará aos antigos hábitos”.

Corpo e mente sempre interligados

Para a psicóloga Ariane Reolon, perder peso pode ser mais difícil para algumas pessoas e os fatores fisiológicos (hereditários), hábitos alimentares inadequados e emoções em desequilíbrio precisam ser levados em conta. “Muitas pessoas sabem o que fazer para emagrecer e até emagrecem de fato, mas não conseguem manter-se magras, porque emagrecer não é apenas uma questão de fechar a boca e sim um processo físico e emocional”, relata.

Ariane explica que mesmo despois de emagrecer, muitos ainda continuam pensando como “gordos”, apoiados em desculpas como “eu tive um dia difícil”, “mereço comer isso”, “com este corpo, ninguém vai gostar de mim” ou ainda “só serei feliz quando emagrecer”. Segundo a psicóloga, nós somos aquilo que pensamos, por isso,, devemos ficar atentos aos pensamentos sabotadores da dieta.

“Neste sentido, a psicoterapia pode ajudar a construir novos hábitos alimentares e favorecer a percepção de como os estados emocionais interferem no peso, ajudando a lidar com as emoções que boicotam o êxito da dieta e a identificar a existência de possíveis compulsões. Isso garante o emagrecimento e a geração de um comportamento alimentar magro, não apenas uma restrição alimentar temporária”, observa. (PW)