Pra adoçar a vida

Mercado oferece várias opções de açúcar e adoçantes

Utilizados por diabéticos e também por quem deseja evitar as calorias do açúcar, os adoçantes podem, se bem indicados, trazer benefícios para as pessoas. No mercado, são vendidas várias versões destes produtos, usados para adoçar alimentos e bebidas. Entre elas, estão os naturais, as variações do açúcar e também os adoçantes artificiais.

Com tantas opções, segundo a nutricionista Ana Miguez, da Clínica FGZ, a melhor escolha, em termos de alimentação saudável, é utilizar açúcares naturais, usar uma quantidade menor de açúcar ou adoçante e enriquecer a alimentação com frutas em vez de consumir sobremesas e doces industrializados. “Nosso cérebro e nosso organismo precisam de glicose para funcionar, mas ela pode vir do açúcar originado na síntese dos carboidratos dos alimentos, das frutas e de fontes mais saudáveis, como o açúcar mascavo e demerara, que também possuem vitaminas e minerais”.

Para a nutricionista, além deles, o mel também é outra opção para adoçar bebidas como chá, café ou outras preparações doces. “Mas, infelizmente, nem todas as pessoas se adaptam ao sabor proporcionado pelo mel ou pelo açúcar mascavo. Neste caso, recomendo variar os produtos utilizados. Isto resulta na fórmula que mais indico para meus pacientes que podem consumir açúcar: a utilização alternada de açúcar mascavo, açúcar demerara e mel”.

Já para os diabéticos, a indicação da nutricionista é usar pouco adoçante durante o dia, dando preferência ao stévia, que, segundo ela, é mais saudável e natural. “Aos diabéticos, minha orientação é não adoçar ou fazer o uso dos adoçantes como moderação, usando apenas umas três gostas a cada xicara de chá ou café”.

Além disso, independente de diabético ou não, para ter mais qualidade de vida e ainda aproveitar o sabor dos alimentos, é importante comer de maneira inteligente, escolhendo as versões mais naturais, saudáveis e nutritivas, segundo ela. “Estas decisões começam no supermercado e devem envolver toda a família”, indica.

Adoçante: vilão ou mocinho?

Usados há anos por pessoas de todo o mundo, os adoçantes tiveram sua eficácia colocada à prova em uma pesquisa feita por especialistas israelenses, veiculada no Fantástico do último dia 21. Segundo o estudo, os adoçantes, em vez de ajudar no controle ou na perda de peso, poderiam aumentar os níveis de açúcar no organismo. Isto aconteceria porque eles não seriam processados no estômago e, no intestino, provocariam um desequilíbrio da flora intestinal. Com isso, algumas bactérias se desenvolveriam e aumentariam o nível de hormônios que prejudicam a ação da insulina – a responsável por manter o nível de glicose do sangue sob controle.

Mas, para o médico endocrinologista André Gustavo Daher Vianna, as coisas não são bem assim. Segundo ele, esta pesquisa apresenta falhas e ainda necessita de mais estudos, para que seu resultado seja validado pela comunidade médica. “É preciso ter cuidado na divulgação destes estudos iniciais, para não alarmar a população. O que temos hoje de efetivo, segundo estudos sérios e confiáveis, é que os adoçantes são seguros e benéficos para os diabéticos, pois eles não elevam os níveis de açúcar no sangue, e para quem precisa perder peso, já que não têm as mesmas calorias do açúcar”. Já para quem não é diabético ou não está com problemas de sobrepeso, o consumo de adoçantes não trará necessariamente alguma vantage,m.

E o alerta do endocrinologista vai para o consumo excessivo. “Adoçantes como a sacarina e o aspartame podem trazer riscos para a saúde, aumentando o risco de alguns tipos de câncer. Mas o risco real é mínimo, pois, para que isto acontecesse, seria necessário que uma pessoa consumisse diariamente uma dose infinitamente maior do que ela conseguir ingerir”. Com anos de estudo e experiência em atendimentos, o médico afirma que os adoçantes estão longe de serem vilões para nossa saúde. “O excesso de açúcares e gorduras ainda são muito mais maléficos do que a utilização dos adoçantes”.