Só em emergência

Pílula do dia seguinte deve ser usada com muita cautela

Para evitar uma gravidez indesejada, as mulheres contam com as várias opções de métodos anticoncepcionais disponíveis no mercado. Conforme orientação do ginecologista, elas podem optar pela pílula, camisinha masculina ou feminina, DIU, contraceptivos injetáveis, diafragma, anel vaginal, adesivos, implantes, entre outras opções, sendo que todas precisam ser utilizadas de forma frequente ou contínua. Mas, se no momento de uma relação, elas não estiverem fazendo uso de nenhum destes métodos, ainda há uma última saída quer pode prevenir a gestação não planejada: a anticoncepção de emergência, mais conhecida como pílula do dia seguinte.

Recomendada pelos médicos para as situações emergenciais, a pílula do dia seguinte costuma ser eficaz, principalmente se tomada poucas horas após a relação sexual feita sem proteção. “A pílula do dia seguinte apresenta maior eficácia se ingerida em até 72 horas após a relação. Mas, quanto mais cedo for tomada, menores são os riscos de a mulher engravidar. Assim, o recomendado é utilizar o medicamento nas primeiras seis horas após a atividade sexual se possível”. É o que explica o ginecologista e obstetra do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná Rosires Pereira de Andrade.

Segundo o médico, a pílula do dia seguinte pode ser usada por mulheres de todas as idades que não estejam fazendo uso de outro método contraceptivo ou venham usando de forma incorreta, como aquelas que acabam esquecendo de tomar corretamente as pílulas tracionais ou que utilizaram camisinha e ela acabou se rompendo durante a relação. “Apesar de funcionar, este método é para ser usado somente em ocasiões de emergência, pois sua eficácia apresenta risco de 8% de chance de gravidez, menor do que a segurança oferecida pela pílula tradicional, que apresenta falhas de apenas 1%”.

Vendida em embalagens com um ou dois comprimidos, esta pílula possui uma grande concentração de hormônios que são rapidamente absorvidos pelo organismo. “A pílula do dia seguinte é produzida com levonorgestrel, um hormônio sintético parecido com a progesterona produzida naturalmente pelo organismo. No corpo feminino, este hormônio atua atrasando ou impedindo a liberação do óvulo, alterando o endométrio e também o muco cervical. Assim, este método continua sendo contraceptivo e não abortivo como algumas pessoas costumam confundir”, ressalta Andrade.

Apesar de suas vantagens como contraceptivo, principalmente nos casos de violência sexual, a pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como método preferencial. Para o médico ginecologista e especialista em reprodução do Hospital Nossa Senhora das Graças Francisco Furtado Filho, o uso deve ser feito exclusivamente em casos emergenciais. “Apesar de ser segura e não oferecer riscos de doenças e complicações, exceto para paciente com problemas circulatórios e com doenças tromboembólicas, a pílula do dia seguinte libera uma quantidade muito grande de hormônios, o que pode desregular o ciclo menstrual por algum tempo e, com esta irregularidade, diminuir a eficácia deste e de outros métodos”.

Gerson Klaina
Pílula do dia seguinte pode ser usada em algumas situações, mas sempre com moderação.

Nas farmácias

A pílula do dia seguinte pode ser conseguida de forma gratuita nas unidades de saúde de Curitiba e também comprada nas farmácias, sob orientação de seu médico ou ,do farmacêutico, mas sem a necessidade de apresentação da receita médica.

Segundo o farmacêutico Denílson Rodrigues, das Farmácias Nissei, este medicamento, que pode custar entre R$ 8 e R$ 20 dependendo da marca, tem grande procura pelas mulheres, principalmente entre as mais jovens, com idade entre 18 a 25 anos. “Vendemos, em nossa loja do Rebouças, pelo menos dez caixas todos os dias. E, nos finais de semana, a procura costuma ser ainda maior”.

Mesmo sendo uma aliada das mulheres em relação ao controle da natalidade e tendo o acesso facilitado, Rodrigues lembra que é preciso cuidado ao utilizar a pílula do dia seguinte. “No dia em que a mulher ingere a pílula, ela pode sentir desconfortos, como náuseas, enjoo, diarreia e dores de cabeça. E como este método é mais radical e um pouco menos eficaz que os demais, sugerimos que as mulheres busquem informações e um método adequado com seus médicos ginecologistas”.

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