No controle

Saiba como cuidar da asma durante o período de inverno

Tosse, falta de ar, aperto no peito, chiado e dificuldade para respirar. A combinação destes sintomas que dificultam a vida de adultos e crianças tem nome: asma. Provocada pela união de fatores genéticos e ambientais, a asma é uma doença alérgica crônica, que não possui cura, mas que pode ser controlada.

“Com o tratamento bem conduzido, o paciente consegue ter controle sobre a doença e assim levar uma vida normal, realizando todas as suas atividades diárias. Felizmente, a maioria dos asmáticos consegue este controle”, afirma a médica pneumologista do Hospital Vitória, Fernanda Cabrera de Oliveira.

Por ser uma doença alérgica, que provoca a inflamação dos brônquios, a asma pode piorar com o contato com poeira e ácaros e também durante o inverno, já que o ar frio irrita as vias aéreas. Além disso, de acordo com a pneumologista, quem possui asma geralmente também tem rinite, outra doença alérgica que provoca coriza, espirros, sensação de nariz entupido e coceira. “Nos períodos de baixa temperatura e tempo seco temos um aumento de 40% no número de pacientes que nos procuram com sintomas de asma e outras doenças alérgicas”, relata Fernanda.

Em geral são indicados dois principais tipos de medicações. “São as medicações de controle, que desinflamam os brônquios, e os remédios de resgate, que aliviam os sintomas, provocando a vasodilatação e facilitando a entrada de oxigênio”, diz. Para alguns pacientes são receitados os dois medicamentos, enquanto outros usam apenas as bombinhas, que são medicamentos inaladores de resgate e podem até salvar suas vidas em casos de crises.

Para não sofrer com crises frequentes, Fernanda orienta que um médico deve ser procurado ao sinal dos primeiros sintomas. “O diagnóstico da asma é feito de forma clínica com o apoio de alguns exames. Mas é conversando com o paciente, ouvindo suas queixas e investigando seu histórico familiar que conseguimos determinar se ele possui a doença”, explica a pneumologista.

Fatores genéticos aumentam as chances da doença

Felipe Rosa
Inverno é época em que os sintomas da doença se agravam.

Por ser uma doença de origem genética, em média 50% dos filhos de pacientes asmáticos também desenvolverão a asma. É o caso da professora e advogada Natalia Demes, 30, que tem muitos asmáticos na família e apresentou os primeiros sintomas bem cedo. “Minha primeira crise, segundo minha mãe, foi no dia do meu aniversário de um ano. Como ela diz, ‘comemoramos’ no hospital. Minhas lembranças de criança são marcadas por inalações e períodos de doença com crises. Morava em Fortaleza na época e me lembro de caminhar na praia com meus pais, como tratamento”, conta.

Há 10 anos Natalia veio para Curitiba e desde então passou por alguns momentos difíceis. “Atualmente não tenho tantas crises fortes, mas já tive em outras épocas duas ou três internações por ano”, diz. Mesmo com a doença controlada, ela está sempre com a medicação por perto, já que é comum sentir falta de ar. “E perceber que estou sem a medicação me causa insegurança”.

Para conviver com a asma, Natalia criou alguns hábitos. “Passei a beber bastante líquido, cuidar para aquecer bem o tórax e evitar lugares que tenham muita fumaça. Além disso, evito consumir alimentos que contenham leite, pois eles aumentam a produção de muco e desencadeiam crises”, afirma ela que também domina técnicas de respiração.

A jornal,ista Jana Fogaça, 33, também sofre há anos com a doença, mas seu diagnóstico veio apenas em 2009, quando procurou um médico, incomodada por uma tosse que não a deixava. “Tive uma crise de tosse enquanto subia a rua da minha casa. Junto com a tosse senti uma falta de ar tão intensa que me fez acreditar que não conseguiria chegar em casa”, lembra.

Logo após este episódio veio o diagnóstico e o início do tratamento. “O médico me recomendou um remédio à base de corticoide, que aspirava três vezes por dia e sentia um alívio até a próxima utilização. Junto a isso, ele me receitou a bombinha, mas eu evito usá-la por conta das palpitações e dos problemas de coração que podem surgir”, diz.

Com as crises controladas, Jana se sente bem melhor. “Eu nem conseguia subir escadas, hoje faço caminhadas diárias, na esteira e ao ar livre. Também não uso mais o remédio de aspirar, mas ando sempre com a bombinha na bolsa. Às vezes ainda tenho crises, mas de 2012 para cá só tive uma crise importante”, comemora.

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