Maratona diária

Aliar estudo e trabalho faz parte da rotina de muitas mulheres

Não tem como evitar. Para crescer profissionalmente é preciso estudar, se aperfeiçoar e se dedicar à carreira. Acontece que muitas mulheres acabam não conseguindo dar atenção exclusiva aos estudos, pois muitas, além dos compromissos com a escola ou a faculdade, ainda precisam trabalhar para garantir o próprio sustento ou ajudar com as despesas da família. Assim, elas enfrentam em uma rotina puxada para equilibrar todas as atividades em um único dia.

Quem vive uma rotina intensa é a professora e estudante Camila Savaris Diogo, 20. Seu dia começa por volta das 7h, quando sai de casa, e termina apenas às 23h, depois de todos os compromissos cumpridos. Há cerca de quatro anos ela divide seu tempo entre o trabalho como professora de inglês em uma escola de educação infantil e os estudos em duas faculdades que cursa ao mesmo tempo: psicologia e pedagogia.

Mas quem pensa que a jovem sofre ou se arrepende de suas escolhas está enganado. “Muitas pessoas, até mesmo meus colegas, acham minhas atividades puxadas demais. Mas para mim não é nada fora do normal”, afirma. O segredo, diz ela, é gostar do que faz. “Tantos afazeres exigem esforço, mas como faço o que gosto, consigo conciliar. Talvez se não gostasse tanto esta receita não daria tão certo”, afirma.

Para se sair bem na graduação, Camila conta que procura prestar a atenção nas aulas da faculdade, já que não sobra tempo para estudar durante a semana. “Gosto de me concentrar nas aulas, entender o conteúdo. Isso me ajuda, pois raramente consigo estudar fora da faculdade. Nos finais de semana faço os trabalhos e estudo para alguma prova. Mas durante a semana nunca virei uma noite estudando ou fazendo alguma tarefa. Se fizesse isto, acredito quem nem teria disposição para trabalhar no dia seguinte”, diz.

A dedicação se estende ao trabalho, já que seus alunos são crianças com até cinco anos de idade. “Trabalho com 67 crianças e adoro. Além disto, sempre tive apoio para conciliar as faculdades com o trabalho, meus chefes são compreensivos, principalmente em dias de provas ou de entregas de trabalhos importantes. Eles sempre foram flexíveis comigo e eu sempre procurei me organizar e me dedicar ao que faço”, conta. No fim do ano Camila termina o curso de pedagogia e daqui um ano e meio o de psicologia.

Organização é essencial

É justamente a organização que faz com que Camila e outras mulheres consigam trabalhar e estudar ao mesmo tempo. A coach Maria Almeida Garcia explica que estas atividades fazem parte do autoconhecimento e da autoafirmação da pessoa, mas demandam planejamento. “A mulher precisa definir suas prioridades de vida e fazer um planejamento para conseguir colocá-las em prática. Uma boa dica é fazer um cronograma mensal das prioridades pessoais e profissionais, assim é possível visualizar e se organizar de acordo com as atividades mais importantes do período”, orienta.

Para a coach, o uso adequado do tempo, a disciplina e o planejamento são as chaves do sucesso para quem trabalha e estuda. Além disto, a franqueza também costuma ajudar. “Se em determinado mês a estudante tiver provas importantes, pode conversar com o chefe, para nesta época não começar nenhum grande projeto. Abrindo o jogo com seu chefe, ela ainda ganha sua confiança. Nos estudos acontece da mesma forma, conversando com os professores fica mais fácil resolver alguma pendência ou ganhar um novo prazo para a entrega de um trabalho”, explica.

Estes conselhos são reforçados pelo professor Raphael Di Lascio, coordenador do curso de psicologia da Universidade Positivo. “Quem opta por estudar mesmo tendo que trabalhar o dia todo quer crescer profissionalmente, ter uma carreira de sucesso e um bom salário. Para alcançar estes objetivos, a melhora na escolaridade é fundamental”, pontua.

Para ter bom rendimento nos estudos, o professor recomenda reservar um tempo para estudar e, estar em constante diálogo com os professores. “As possíveis dificuldades devem ser conversadas com os professores. Se eles compreendem a situação do aluno, costumam ajudá-lo ao longo do curso, afinal muitos também já passaram por isto”, avalia o professor.

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