Hormônios

Fase antes da menopausa deve ser encara com naturalidade

Perda de cabelo, pele mais seca do que o normal, unhas quebradiças, secura vaginal, diminuição da libido, calorões, irritabilidade, dores articulares e musculares, dificuldade para dormir infecções urinárias frequentes. Estes são os principais sinais de que uma mulher está se aproximando de uma fase inevitável de sua vida, a menopausa. E, já que não dá para pular esta etapa ou escapar dela de alguma forma, especialistas recomendam encarar esta fase com naturalidade para que ela não seja motivo de sofrimento para a mulher.

“As pessoas precisam parar de encarar a menopausa como um “bicho de sete cabeças”. Das minhas pacientes, 80% não passam por essa tortura toda que dizem ser a menopausa e conseguem desfrutar da sua maturidade com tranquilidade. Somente os 20% restantes que apresentam esses sintomas todos”, comenta o médico ginecologista do Hospital Pilar Vicente Letti Junior. De acordo com ele, a menopausa acontece quando o organismo da mulher deixa de produzir os hormônios femininos (estrogênio e progesterona).

O médico ginecologista do Hospital Nossa Senhora das Graças Roaldo Erich Meissner ainda explica que “a menopausa é a última menstruação da vida da mulher”. “O período que traz os sintomas e sinais de que a última menstruação está chegando é o climatério”, finaliza. E ele também reforça a informação de que os sintomas podem aparecer ou não no cotidiano da mulher. “Algumas pacientes apresentam menstruações excessivas, com grandes fluxos e intervalos curtos. Já outras mulheres não apresentam sintoma nenhum”, conta Meissner.

Apesar de os sintomas aparecerem normalmente, em média, aos 50 anos, é possível que isto aconteça antes ou depois dessa faixa etária. “Tenho pacientes tanto de 37 quanto de 58 anos que estão se aproximando da menopausa”, afirma Letti Junior. A auxiliar de serviços gerais Deuzi de Melo, de 48 anos, é uma dessas exceções. Ela começou a sentir os sintomas da menopausa já aos 28 anos. “Eu sentia um calorão, depois ficava com frio. Além disso, comecei a perceber minha pele seca, minhas unhas quebradiças e muito nervosismo”, conta. A idade para o acontecimento da menopausa varia de acordo com vários fatores, como estresse e número de filhos, mas não tem relação com a idade da primeira menstruação.

Reposição Hormonal

O principal tratamento para minimizar os sintomas da menopausa ainda é a reposição hormonal, mas ela deve ser feita com muita cautela. “Hoje em dia, sabemos que não se pode dar hormônio para todo mundo tomar. Quem tem antepassadas com câncer de mama na família da mãe, distúrbios de coagulação, insuficiência nos rins ou fígado, entre outros problemas de saúde, não deve receber hormônio”, explica Letti Junior. “Hoje, por meio de um exame simples de sangue a gente consegue ter uma noção exata dos níveis hormonais da paciente”, completa Meissner.

Para Letti Junior, somente aquelas mulheres que estão nos 20% das pacientes que sofrem com a menopausa devem receber esse tratamento. Além da reposição hormonal tradicional, os ginecologistas ainda destacam outras alternativas naturais, como o uso de fitohormônios. “Não são hormônios, mas atuam no corpo como se fossem”, explica Meissner. Alguns dos sintomas também podem ser tratados individualmente, como é o caso da secura da mucosa vaginal. “As mulheres que enfrentam este problema podem usar lubrificantes íntimos duas vezes por semana para promover uma hidratação natural”, comenta Letti Junior.

Cuidados começam muito antes

Não existe prevenção para os sintomas da menopausa, mas os médicos garantem que hábitos sau,dáveis podem contribuir para minimizá-los quando (e se) eles aparecerem. “Todo mundo quer uma fórmula mágica, mas ela não existe. Desde jovem, a mulher tem que ter hábitos saudáveis, mas não só pensando na menopausa, mas no organismo como um todo. Só que mesmo aquelas que se cuidam desde sempre têm que ser ainda mais rigorosas neste período, fazendo os exames rotineiros indicados porque esse processo muda todo o metabolismo dela; é um período de transformação”, comenta Letti Junior.

Para evitar o ganho de peso acentuado pelo lento metabolismo, é importante ter uma dieta rica em frutas, legumes, verduras e proteínas vegetais, como soja, grão de bico e feijão. Além disso, é aconselhável aumentar a ingestão de cálcio. “Tem que tomar cuidado com as carnes também. É melhor dar preferência para frango, peito de peru light e linguiças com redução de gorduras”, recomenda Meissner.

Além da alimentação é preciso cuidar da saúde do corpo. O ginecologista recomenda a prática de exercícios físicos pelo menos três vezes por semana. “Pode ser qualquer atividade que a mulher queira fazer, como caminhadas, hidroginástica, natação e até academia”, diz. Deuzi já implantou essas mudanças em sua rotina. “Eu procuro comer mais frutas, mais verduras, fazer caminhadas. Dançar também me ajuda bastante”, conta.

Colaborou: Kelli Kadanus