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Conciliar trabalho, casamento e filhos não algo é impossível

O que querem as mulheres? Elas preferem ser bem-sucedidas no trabalho ou ter um casamento e uma família feliz? Ou será que buscam as duas conquistas ao mesmo tempo? Vivendo na corda bamba de uma agenda repleta de compromissos, elas nem sempre conseguem se sair bem nos três principais aspectos da vida que são o trabalho, a família e a vida pessoal. Mas isso não é motivo para perder a esperança. Conquistar todos esses objetivos pode ser difícil, mas não impossível.

Segundo a psicóloga Simone Steilein Nosima, existem várias mulheres que desempenham todos os papéis de maneira admirável. “Não é preciso abrir mão da carreira para ser mãe e também não é preciso abrir mão da maternidade para ter uma carreira. Se a mulher sabe o que quer e vai em busca dos seus sonhos, consegue conquistar muita coisa.”

Entre as dificuldades mais comuns enfrentadas pelas mulheres que trabalham e têm família, está a falta de tempo se dedicar ao trabalho e também estar com o maridos e os filhos da maneira e na intensidade que gostariam. Para a psicóloga, muitas mulheres sentem que o trabalho acaba consumindo grande parcela de tempo e de pique do seu dia. “O cansaço é uma queixa comum. A rotina estressante e agitada faz com que elas cheguem em casa já com pouca energia. E, infelizmente, ainda não são todos os maridos que ajudam na rotina de casa. Ter este apoio masculino é fundamental para que elas consiga equilibrar tantas tarefas”.

Para a psicóloga, em um modelo ideal, a mulher cumpre suas tarefas dentro do horário determinado para sua jornada, não leva trabalho para casa e não precisa fazer hora extra. “Mas isso nem sempre é possível. Em vários casos, elas acabam por ter o trabalho consumindo muito da sua vida pessoal, do seu papel de mãe e esposa. É importante que a mulher consiga adequar seus horários. Quando estiver no trabalho, que ela possa dedicar-se a ele da melhor forma, com o melhor desempenho possível. E que quando estiver em casa, ela possa estar tranquila para cuidar de si e da família”.

A pedagoga e proprietária da Agência de Namoro e Casamentos Par Ideal, Sheila Rigler, afirma que até as executivas no topo da carreira desejam ter uma família. “Quase todas as mulheres que trabalham são casadas ou querem casar”. Em sua rotina, lidando com consultoria de relacionamentos há mais de 19 anos, Sheila percebe que “primeiro elas querem se formar, se estabilizar profissionalmente, para depois formar uma família; quando já estão com a vida profissional mais estruturada, muitas delas percebem que sentem falta de ter um companheiro, alguém para dividir as vitórias e as dificuldades”.

Estabelecendo prioridades

Sheila não fala só como “profissional casamenteira”. Ela própria é um exemplo de mulher que soube conciliar o trabalho com a rotina em família. Casada há 43 anos, ela conta que a chave para o sucesso foi ter equilíbrio. “Casei e tive filhos muito cedo, enquanto ainda estava na faculdade. Neste período foi fundamental contar com a ajuda de meu marido. Além disto, sempre defini prioridades, tendo que optar por algumas coisas e abrir mão de outras. Deixei de fazer cursos para ficar com as crianças, como também faltei a reuniões da escola por compromissos no trabalho. Mas se trabalhava muito durante a semana, deixava o fim de semana para cuidar exclusivamente das minhas filhas e marido”.

De acordo com a coach Carla Valente, nos últimos anos, a mulher vem se sobressaindo cada vez mais no mercado de trabalho, principalmente em cargos de liderança. Para ser uma profissional de sucesso, Carla diz que elas devem buscar o autoconhecimento e a disciplina, para verificar quais são suas prioridades na vida e no trabalho. “Se conhecer para saber o que é mais importante é fundamental. Para algumas, o ideal é buscar ajuda de outras pessoas para poder trabalhar com tranquilidade. Já outras podem preferir se ,afastar do emprego para cuidar das crianças. Cada caso é um caso”. Ainda segundo Carla, as empresas estão mais humanas, compreendendo que suas funcionárias são profissionais, mães e esposas, mas isto não significa que não cobrem delas resultados e metas de produtividade.