Saúde

Mudanças nos hábitos deixam as mulheres mais doentes

Nesta semana, em que comemora-se tanto o Dia Mundial da Saúde (7 de abril) quanto o Dia Mundial da Luta Contra o Câncer (8 de abril), que tal parar e pensar um pouco em como anda a sua saúde? As consultas e exames estão em dia? Exercícios físicos e alimentação balanceada fazem parte da sua rotina? Bebidas alcoólicas são consumidas com moderação? Cigarro está fora de seus hábitos? Toda essa reflexão é essencial para que se saiba quais posturas adotar daqui em diante para que a saúde esteja sempre em dia. Mesmo para as mulheres, que costumam ser mais cuidadosas com essa questão, vale a pena o alerta, pois a situação pode estar mudando.

As novas responsabilidades que elas enfrentam, especialmente às ligadas ao mercado de trabalho, assim como a própria evolução da sociedade, com alterações no comportamento do sexo feminino, têm alterado essa tese de que as mulheres são tão mais atenciosas do que os homens com o próprio bem-estar. Esta mudança pode ser observada por meio de uma análise do número de óbitos por distúrbios considerados como preveníveis, entre eles o câncer de mama. Dados da Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), documento divulgado no ano passado, mostram que a mortalidade pela doença entre brasileiras de 30 a 69 anos passou de 17,4 a cada 100 mil habitantes, em 1990, para 20,4 em 2010 – um crescimento de 16,7% no período.

As mudanças nos hábitos femininos, resultado da rotina cada vez mais urbana, são fatores determinantes para esse crescimento. É o que afirma o ginecologista e coordenador da Paraná Clínicas, Hélio Rubens de Oliveira Filho. “As maiores taxas de mortalidade por câncer são observadas nas regiões mais desenvolvidas do mundo. Quanto mais evoluído o país é, maior a incidência”, comenta. No Brasil, os índices são mais altos nas regiões Sul e Sudeste. “Por causa do trabalho, as mulheres têm tido filhos mais tarde, não amamentam e abusam do uso de hormônios. Isso aumenta o risco da aparição de doenças oncológicas”, explica.

Mas há outros riscos também causados pela rotina atribulada. Preocupadas com o trabalho e com as funções de casa, as mulheres destinam menos tempo a cuidar da própria saúde. O médico recomenda pelo menos uma hora de atividade física por dia, cinco vezes na semana, e alimentação saudável para prevenir outros males “modernos”. “A hipertensão, o diabetes e a dislipidemia [excesso de gorduras no sangue] são outras doenças que são desencadeadas em mulheres que não se cuidam”.

Dar prioridade à saúde, no entanto, é um exercício contínuo. Apesar de ser mais preocupada com a saúde do que os homens, as mulheres têm se descuidado, esquecendo também da importância de exames preventivos. “O médico não deve ser procurado somente quando há um problema. É melhor prevenir do que tratar, ter a preocupação de se cuidar durante toda a vida. Além da prevenção ser mais barata, muitas vezes os tratamentos são agressivos ao organismo”, indica.

Outra percepção também é possível

Apesar de Oliveira Filho apontar todos esses aspectos, que indicam que as mulheres podem estar mais desprotegidas em relação à saúde, esta opinião não é consenso entre a classe médica. Para o médico ginecologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HSNG) Carlos Afonso Garcez Maestri, o sexo feminino é mais privilegiado quando se fala em cuidados com a saúde por uma necessidade fisiológica, decorrente do fato de que as mulheres passam por situações na vida pelas quais os homens não passam, como a menstruação, a gestação e a menopausa.

“Essa maior necessidade em cuidar da saúde da mulher ,é facilmente percebida se observarmos que existe um médico da mulher, mas não existe um médico do homem, apenas médicos que lidam com algumas partes deles. O homem não vai ao urologista para falar da vida dele. Se ele precisa de uma atenção geral, vai ao clínico geral. No caso da mulher, existe a figura do ginecologista”, opina. É este profissional que vai acompanhar o histórico da saúde da mulher desde a sua primeira consulta (confira no quadro ao lado quais são as principais fases pelas quais as mulheres passam), que deve acontecer “quando ocorrer o primeiro problema ou pouco antes do início da vida sexual”, segundo o médico.

Além deste acompanhamento médico, mais contínuo, na opinião dele, atualmente, existe uma consciência muito maior da importância da qualidade de vida. “Como o organismo da mulher requer mais atenção, ainda mais porque os problemas que ela pode apresentar têm morbidade maior, já se falou muito sobre o tema. Por isso, hoje, ela tem o compromisso de ir ao médico uma vez por ano para fazer o preventivo e a mamografia”, comenta. E Maestri ainda lembra que, nessas visitas periódicas ao ginecologista, a mulher acaba passando por avaliação de outras áreas do corpo, com a realização de exames complementares que são pedidos pelos médicos. Para ele, a maior incidências de tumores em mulheres modernas se deve principalmente às mudanças sociais – menos filhos, mais trabalho e estresse.

Colaborou: Lucas de Vitta

Nesta semana, em que comemora-se tanto o Dia Mundial da Saúde (7 de abril) quanto o Dia Mundial da Luta Contra o Câncer (8 de abril), que tal parar e pensar um pouco em como anda a sua saúde? As consultas e exames estão em dia? Exercícios físicos e alimentação balanceada fazem parte da sua rotina? Bebidas alcoólicas são consumidas com moderação? Cigarro está fora de seus hábitos? Toda essa reflexão é essencial para que se saiba quais posturas adotar daqui em diante para que a saúde esteja sempre em dia. Mesmo para as mulheres, que costumam ser mais cuidadosas com essa questão, vale a pena o alerta, pois a situação pode estar mudando.

As novas responsabilidades que elas enfrentam, especialmente às ligadas ao mercado de trabalho, assim como a própria evolução da sociedade, com alterações no comportamento do sexo feminino, têm alterado essa tese de que as mulheres são tão mais atenciosas do que os homens com o próprio bem-estar. Esta mudança pode ser observada por meio de uma análise do número de óbitos por distúrbios considerados como preveníveis, entre eles o câncer de mama. Dados da Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), documento divulgado no ano passado, mostram que a mortalidade pela doença entre brasileiras de 30 a 69 anos passou de 17,4 a cada 100 mil habitantes, em 1990, para 20,4 em 2010 – um crescimento de 16,7% no período.

As mudanças nos hábitos femininos, resultado da rotina cada vez mais urbana, são fatores determinantes para esse crescimento. É o que afirma o ginecologista e coordenador da Paraná Clínicas, Hélio Rubens de Oliveira Filho. “As maiores taxas de mortalidade por câncer são observadas nas regiões mais desenvolvidas do mundo. Quanto mais evoluído o país é, maior a incidência”, comenta. No Brasil, os índices são mais altos nas regiões Sul e Sudeste. “Por causa do trabalho, as mulheres têm tido filhos mais tarde, não amamentam e abusam do uso de hormônios. Isso aumenta o risco da aparição de doenças oncológicas”, explica.

Mas há outros riscos também causados pela rotina atribulada. Preocupadas com o trabalho e com as funções de casa, as mulheres destinam menos tempo a cuidar da própria saúde. O médico recomenda pelo menos uma hora de atividade física por dia, cinco vezes na semana, e alimentação saudável para prevenir outros males “modernos”. “A hipertensão, o diabetes e a dislipidemia [excesso de gorduras no sangue] são outras doenças que s&at,ilde;o desencadeadas em mulheres que não se cuidam”.

Dar prioridade à saúde, no entanto, é um exercício contínuo. Apesar de ser mais preocupada com a saúde do que os homens, as mulheres têm se descuidado, esquecendo também da importância de exames preventivos. “O médico não deve ser procurado somente quando há um problema. É melhor prevenir do que tratar, ter a preocupação de se cuidar durante toda a vida. Além da prevenção ser mais barata, muitas vezes os tratamentos são agressivos ao organismo”, indica.

Outra percepção também é possível

Apesar de Oliveira Filho apontar todos esses aspectos, que indicam que as mulheres podem estar mais desprotegidas em relação à saúde, esta opinião não é consenso entre a classe médica. Para o médico ginecologista do Hospital Nossa Senhora das Graças (HSNG) Carlos Afonso Garcez Maestri, o sexo feminino é mais privilegiado quando se fala em cuidados com a saúde por uma necessidade fisiológica, decorrente do fato de que as mulheres passam por situações na vida pelas quais os homens não passam, como a menstruação, a gestação e a menopausa.

“Essa maior necessidade em cuidar da saúde da mulher é facilmente percebida se observarmos que existe um médico da mulher, mas não existe um médico do homem, apenas médicos que lidam com algumas partes deles. O homem não vai ao urologista para falar da vida dele. Se ele precisa de uma atenção geral, vai ao clínico geral. No caso da mulher, existe a figura do ginecologista”, opina. É este profissional que vai acompanhar o histórico da saúde da mulher desde a sua primeira consulta (confira no quadro ao lado quais são as principais fases pelas quais as mulheres passam), que deve acontecer “quando ocorrer o primeiro problema ou pouco antes do início da vida sexual”, segundo o médico.

Além deste acompanhamento médico, mais contínuo, na opinião dele, atualmente, existe uma consciência muito maior da importância da qualidade de vida. “Como o organismo da mulher requer mais atenção, ainda mais porque os problemas que ela pode apresentar têm morbidade maior, já se falou muito sobre o tema. Por isso, hoje, ela tem o compromisso de ir ao médico uma vez por ano para fazer o preventivo e a mamografia”, comenta. E Maestri ainda lembra que, nessas visitas periódicas ao ginecologista, a mulher acaba passando por avaliação de outras áreas do corpo, com a realização de exames complementares que são pedidos pelos médicos. Para ele, a maior incidências de tumores em mulheres modernas se deve principalmente às mudanças sociais – menos filhos, mais trabalho e estresse. (ACB)

(Colaborou Lucas de Vitta)

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