Moda

Museu expõe peças e trajes usados no início do século XX

Tudo o que acontece na sociedade atual é reflexo de transformações ocorridas em épocas passadas. Um dos períodos mais movimentados, o início do século XX, promoveu mudanças que ecoam até hoje, como a invasão dos centros urbanos e a inserção das mulheres no mercado de trabalho. E a Moda não deixou de acompanhar toda essa evolução, incorporando suas próprias renovações para atender às novas demandas.

Foi no início do século passado que os vestidos, antes pesados e tão longos que arrastavam no chão, passaram a ser mais curtos, subindo até a altura dos tornozelos, e práticos. As anáguas e espartilhos do estilo Belle Époque, comuns no século XIX, também foram substituídos por outros tecidos, dando mais leveza e agilidade às mulheres. É o que conta a coordenadora do Setor de História do Museu Paranaense, Tatiana Takatuzi.

Até agosto, o museu exibe a exposição Modas e Modos, com peças e trajes completos usados no início do século XX, quando todas essas transformações aconteceram. “No final de dezembro, recebemos uma doação da artista Maria Luiza de Almeida Scheleder e decidimos organizar tudo isso em uma mostra dedicada às paranaenses, aproveitando a ocasião do Dia Internacional da Mulher”, explica. As roupas eram da mãe e da avó de Maria Luiza, Doritt Meyer de Almeida e Elizabeth Hauer, respectivamente.   

São mais de 40 itens em exposição, provenientes da doação e do próprio acervo do Paranaense. “São roupas, chapéus, leques, que mostram como se deu a evolução do vestuário feminino entre as décadas de 1910 e 1950, justamente o período em que as mulheres conquistaram uma autonomia maior e o mercado de consumo se voltou a elas”, comenta Tatiana. A mostra ainda conta com fotos da época, que também comprovam a evolução no vestuário feminino.

Como as peças doadas são de uma tradicional família curitibana, a exposição apresenta os principais modelos utilizados na época. “As novidades chegavam da Europa por meio alta sociedade, mas logo já estavam nas ruas por meio dos alfaiates, que copiavam os modelos cobiçados por todas”, conta Tatiana.

São 11 manequins femininos vestidos com roupas de banho, de trabalho e de passeio, além de trajes de gala, incluindo um vestido que pertenceu à esposa do governador Bento Munhoz da Rocha Neto, Flora Camargo Munhos da Rocha, que já pertencia ao acervo do museu. A exposição também tem como objetivo promover uma reflexão sobre a sociedade descartável da produção em massa da Moda.

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