Um festival de gols

Pachequinho fez 48 gols no Couto: de bicicleta, cabeça, cobertura…

A estreia de Pachequinho no time principal do Coritiba aconteceu no dia 29 de janeiro de 1990, no estádio Olímpico, em Porto Alegre, contra o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. “Foi um amistoso e um jogo curioso porque eu fui bem na partida, fui elogiado pela imprensa e por todo mundo, mas o time levou uma goleada de 6×1”, diz ele. Curiosamente, a última partida do atacante com a camisa alviverde, também foi contra o Grêmio de Porto Alegre, também no estádio Olímpico, no dia 17 de novembro de 1996, na antepenúltima rodada do Campeonato Brasileiro daquele ano. Foi a primeira e última temporada dele na elite com a camisa do Coritiba. “Desta partida eu guardo boas lembranças porque o Coritiba ganhou de 2×0, o primeiro gol foi meu e o outro foi do Basílio”, relembra Pachequinho.

Neste seu último jogo com a camisa do Coritiba, o técnico alviverde era Dirceu Kruger e o do Grêmio era Luiz Felipe Scolari. O atacante abriu a contagem aos 27 minutos do primeiro tempo e depois cedeu o lugar para Alex. Uma curiosidade deste jogo é que apesar de ter sido derrotado em casa pelo time paranaense, o Grêmio acabou sagrando-se o campeão brasileiro daquela temporada. No ano seguinte Pachequinho e o Coritiba não chegaram a um acordo sobre contrato e ele foi negociado com o Bahia que fez uma boa proposta. Ao deixar o Alto da Glória, Pachequinho também deixou um título e uma marca até hoje ainda não suplantada, embora ele acredite que um dia será: O Rei do Couto Pereira, com a marca de 48 gols marcados no estádio coxa-branca. É prudente esclarecer que este número se refere aos gols marcados naquela praça esportiva após 1977, porque antes o estádio era conhecido por Belfort Duarte.

“Eu acho que o Keirrison está perto de passar a minha marca e pelo tempo de bola que ele ainda tem pela frente, acredito que o fará”, diz Pachequinho com realismo e sem preocupação. Mesmo assim não será tão fácil. Quem esteve perto de ultrapassá-lo, foi Alex, que passou dos 40 gols no ano passado, quando deixou os gramados e pendurou as chuteiras. Outro ídolo do Coritiba, Chicão, que jogou no clube antes de Pachequinho, chegou aos 47. Keirrison passou dos 40 gols já faz bom tempo e está chegando muito perto. Mas estas estatísticas não abalam o ex-atacante. Importantes foram os gols que ele marcou e que ficaram na história do Coritiba.

Cabeleira foi uma das marcas do início de carreira.

O mais bonito de toda a carreira foi o primeiro na goleada contra o Paraná Clube, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, no dia 5 de maio de 1991. O Coritiba precisava fazer no mínimo dois gols para avançar para a última fase e conquistar a sonhada volta para a elite, porque o tricolor tinha vencido a partida anterior no mesmo local por 1×0. Trinta mil pessoas no estádio. Uma derrota eliminava o Paraná. “Aos sete minutos de jogo, escanteio na direita e eu cobrei com a perna esquerda. Ela fez uma curva e entrou no ângulo do goleiro”, conta ele. Gol olímpico. Uma pintura. O Paraná Clube tinha um timaço, mas naquele dia o Coxa estava infernal. Emerson ampliou e de pênalti Chicão fez o terceiro gol alvi-verde.

No segundo tempo, Pachequinho cobrou falta e Hélcio tentou se antecipar a Serginho e enfiou o pé, fazendo contra o quarto gol para o Coxa. A Tribuna publicou em sua edição no dia seguinte: “Agora só falta matar o Bugre”. A vaga para a Série A estava bem perto e muito bem encaminhada. Mas o Coxa não matou o Guarani em Campinas e o sonho do acesso foi mais uma vez adiado para se concretizar no final de 1995. Outra jornada inesquecível no Couto Pereira foi um jogo contra o Rio Branco de Paranaguá, no dia 11 de maio de 1996, um sábado, pelo Campeonato Paranaense.
Pachequinho marcou o primeiro de bicicleta e o segundo de cabeça, mantendo o Coritiba na liderança do campeonato estadual. Também entra na lista, de melhores gols o terceiro marcado aos 46 minutos do primeiro segundo tempo no dia 28 de setembro de 1996, contra o Fluminense, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. “Este gol eu fiz tocando de cobertura sobre o goleiro Léo Percovich que saiu para conter um contra-ataque”, diz ele. Aliás, neste jogo ele também fez dois gols. O outro foi o primeiro do jogo e do Coritiba aos três minutos do segundo tempo. O segundo do Coxa e do jogo foi feito por Edu Marangon cobrando falta de canhota. A bola foi no ângulo.