Todo terreno

Jeep Cherokee mostra DNA off road e encara qualquer parada

Neve, areia, lama e terra. A reportagem já encarou quase todo o tipo de adversidade fora de estrada, mas nunca havia escalado rochas, literalmente, a bordo de um veículo com recursos off road. Pois, o terreno que faltava foi incluído na lista.

A convite da Jeep, na semana passada percorremos durante dois dias as montanhas e arredores de Moab, em Utah, no oeste dos EUA, durante o Jeep Experience 2015. A localidade é conhecida pelas formações geológicas que moldaram paredões de pedras, cavernas, cânions e desfiladeiros, sendo muito apreciada por turistas em busca de aventuras radicais, especialmente à bordo de um veículo 4×4.

Enfrentamos no primeiro dia os desafios rochosos do parque Hell’s Revenge (Vingança do Inferno) e suas trilhas com grau de dificuldade 6 (numa escala de 0 a 10). O trajeto de 8,5 km consumiu cerca de 6 horas para ser cumprido, a uma velocidade média abaixo dos 10 km/h.

Estávamos ao volante do utilitário esportivo Cherokee, na versão topo de linha Trailhawk, recém-lançada no mercado brasileiro por R$ 229.900. O preço pode até assustar, mas o condutor também ficará boquiaberto com o que o carro é capaz de fazer.

Coube à Trailhwak a responsabilidade de estrear no Brasil o selo ‘Trail Rated’ (‘Classificado para a Trilha’), concedido pela própria marca aos veículos que passaram por rigorosos testes de fora de estrada, explorando ao extremo tração, rigidez torcional do chassis, distância do solo e as capacidades de manobra e de imersão.

A cara de mau da versão ‘falcão da trilha’, numa tradução livre, caiu bem às linhas novo Cherokee, que se destacam especialmente pelo conjunto ótico, dividido em três partes: luzes diurnas de leds em cima, faróis bixenônio abaixo, além dos faróis de neblina. As lanternas traseiras também são de leds.

O Cherokee é vendido em solo nacional desde setembro do ano passado também nas configurações Longitude (R$ 199.900) e Limited (R$ 214.900), todos com o motor V6 3.2, de 271 cv e 32,2 kgfm. A versão mais cara da gama, que desembarcou no país em abril passado, incorpora rack no teto, pneus lameiros com rodas de 17” e detalhes pretos em vez de cromados. Os para-choques têm ganchos para tirá-lo de atoleiros e ângulos maiores de entrada e saída.

Eletrônica bruta

A relação de itens que auxiliam o motorista a superar obstáculos desafiadores reforça o DNA todo-terreno da Jeep. Estão lá a 4×4 com reduzida, bloqueio do diferencial traseiro e os controles de decida (Hill Assist) e de velocidade off road. O sistema Selec-Speed administra a aceleração em trechos de fora de estrada, deixando o motorista apenas com o controle da direção.

Exploramos toda a parafernália eletrônica que o Cherokee tem a oferecer, e em boa parte do trajeto no modo Rock (pedra) do sistema Selec-Terrain, que prepara o veículo para diferentes pisos – há ainda as opções Auto, Neve, Areia/Lama e Sport.

No segundo dia nos deparamos com várias escadarias de rochas. E para superá-las bastava apertar o botão e acionar o bloqueio do diferencial traseiro, com a reduzida sempre ativada.

Como quase sempre uma das rodas ficava suspensa no ar, se ouvia o estalar (tipo ‘tac-tac’) característico que indica a transferência de força para o lado do eixo cujo pneu está em contato com o solo. Após leves pressões no acelerador, atitude importante para reduzir o balanço da suspensão e evitar ‘batidas’ dos para-choques com o piso, o que se aparentava impossível ficava para trás.

Para complementar a essência bruta do modelo, o Jeep dispõe do Active Drive, que atua automaticamente para acionar a tração integral sempre que necessário em situações de falta de aderência. Os ângulos de ,aproximação de 29,8° e de saída de 32,1° e os 22 cm de distância do solo contribuíram para vencer o terreno hostil sem titubear.

Desempenho eficiente

Divulgação

No asfalto, a valentia off road dá lugar a um agradável conforto na cabine, com ótimo espaço para quatro adultos e uma criança – são 4,6 m de comprimento (2,70 m só de entre-eixos). A lista de equipamentos de série é farta e inclui bancos com ajuste elétrico, aquecimento e ventilação, ar-condicionado digital de duas zonas, central multimídia com câmera de ré e GPS projetados em uma enorme tela de 8,4”, teto solar panorâmico e sete airbags.

Na estrada, o motor V6 3.2 entrega um desempenho eficiente, capaz de levar o pesado utilitário (1.862 kg) de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos. Mas não espere arroubos de esportividade. Situações de ultrapassagem e retomadas de velocidade exigem uma pisada mais funda no acelerador. O carro também não traz as já comuns borboletas atrás do volante para trocar as nove marchas do suave câmbio automático, o mesmo usado pela versão a diesel do irmão menor Renegade. Mas nada que arranhe o prazer em dirigir um Cherokee, especialmente quando é colocado em seu habitat natural: as trilhas selvagens.

Cenário de cinema

Divulgação

Os grandes produtores de Hollywood também costumam recorrer às locações na região de Moab, que fica situada no meio do deserto.

Cenas de vários filmes foram gravadas no cenário repleto de rochas e cânions. Destaque para os faroeste interpretados por John Wayne nas décadas de 1950 a 1970, Indiana Jones e a Última Cruzada (1988), Thelma e Louise (1990), Missão Impossível II (1999), 127 horas (2010), o Cavaleiro Solitário (2013), Transformers, A Era da Extinção (2014), entre outros, foram gravadas no cenário repleto de rochas e cânions.

O jornalista viajou a convite da Jeep
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