Picapes a diesel são preferência do consumidor

A tecnologia bicombustível está presente hoje em cerca de 90% dos carros novos vendidos no país. E essa percentagem só não é maior porque há um segmento de veículos no qual esse tipo motorização não está entre a preferência do consumidor na hora da compra: o de picapes médias. Apesar de disponível em quatro dos seis modelos mais emplacados no país (S10, Ranger, Hilux e L200), a opção flexível acaba preterida pelo comprador quando os fatores para a aquisição envolvem potência, itens de série e consumo. O bloco flex equipa as versões mais acessíveis da gama, com preços significativamente inferiores aos modelos a diesel, porém é mais fraco, gasta mais e o pacote de itens de fábrica é limitado nas configurações de entrada.

Então, vale a pena desembolsar um valor maior pela picape a diesel? Não necessariamente. A escolha deve levar em conta a utilização e a economia pretendida. Para quem vai rodar pouco com o veículo, e boa parte em ambiente urbano, ou pretende usá-lo para o lazer, transportando pequenas cargas, como moto ou caiaque, é melhor optar pela flex. O baixo nível de ruído do motor também é outro fator a considerar.

Já para a aplicação em áreas rurais e viagens frequentes, com o transporte de carga pesado, o indicado são as opções a diesel. Elas dão menos manutenção e aguentam mais o tranco. São indicadas também para pessoas que não abrem mão de torque, durabilidade e robustez.

Para entender melhor a relação, vamos usar como exemplos os dois modelos mais procurados no mercado atualmente. A diferença no preço entre as opções flex e diesel da S10, a líder de vendas categoria, é de R$ 21,6 mil na configuração de entrada 2.4 LS 4×2 cabine simples. Com este valor daria para rodar quase 70 mil quilômetros com a mistura etanol/gasolina no ciclo urbano/ rodoviário o que daria três anos e meio de uso, considerando a média anual de 20 mil quilômetros rodados pelo motorista brasileiro. Para atingir a mesma distância com diesel o gasto seria de R$ 5,1 mil, porém esta quantia somada à diferença entre as versões chegaria a R$ 27,7 mil.

Quem busca economia ao comprar a S10 bicombustível precisa ter cuidado redobrado ao transitar por pisos bastante irregulares e escorregadios. A dirigibilidade nessas condições fica comprometida com a ausência da tração 4×4. Porém, a S10 oferece em toda gama o sistema de deslizamento limitado de diferencial, que bloqueia uma das rodas da tração para dar força a que está apoiada no solo em pisos acidentados.

A LS Flex, a mais barata (R$ 57.737), abre mão do farol de neblina, das travas elétricas, dos vidros elétricos nas quatro portas e da roda de liga leve, que só aparecem na versão LT, R$ 2,4 mil mais cara. Esse cenário se repete na versão diesel, no entanto, ela é impulsionada por um motor 2.8 turbo, que rende de 180 cv, contra os 147 cv da 2.4. Também há a opção da transmissão automática de seis velocidades, o que não acontece na flex, que só tem manual de cinco marchas. A diesel mais em conta sai por R$ 79.350.

No caso da Hilux, a flexibilidade de combustível começa na versão 2.7 SR 4×2 e somente com cabine dupla (R$ 85.553). Já a movida com derivado do petróleo mais em conta é a 3.0 STD 4×4 (R$ 90.320), que entrega um motor mais forte, 3.0 de 171 cv (o 2.7 rende 163 cv), porém este valor refere-se à versão cabine simples, que é muito espartana nos itens de segurança e conforto. Sequer conta com airbag frontal, freios ABS e computador de bordo.

Na cabine dupla, a mais procurada, o custo sobe para R$ 104.688, ou seja, R$ 19 mil a mais. Repetindo a conta usada na S10, com essa diferença é possível rodar 51,8 mil quilômetros na opção bicombustível, o que daria quase dois anos de uso. No diesel, a mesma distância consumiria R$ 5 mil, aumentando em R$ 24 mil o gasto em relação à op&,ccedil;ão flex. A 2.7 SR vem com transmissão automática de quatro velocidades e diferencial autoblocante traseiro, que diminui a possibilidade de uma das rodas patinar em terreno com pouca aderência.

Seja flex ou diesel, a Toyota economiza nos componentes de segurança e conveniência nas versões de acesso da Hilux. Quem quiser algo a mais, como GPS, câmera de ré, volante multifuncional, ar-condicionado automático, sistema EBD (distribuição eletrônica de força de frenagem) e até computador de bordo precisa subir para o acabamento SRV, que não sai da loja por menos de R$ 100 mil.

Seguro

O valor do seguro de uma picape varia de R$ 3 mil a R$ 4 mil na opção flex e de R$ 5 mil a R$ 6 mil na diesel. Os valores podem ser menores ou maiores dependendo do percentual de bônus do segurado, da região de uso do carro, do perfil do usuário, entre outros fatores.

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Toyota Hilux.
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Ford Ranger.
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Mitsubishi L200.
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