Calendário só com os clássicos de Curitiba

Nos últimos meses do ano as gráficas não aceitam novos trabalhos porque costumam estar com sua capacidade de produção esgotada. Mas quando o empresário Carlos Grocoske chegou na Padrão Impressos e Adesivos, na metade de novembro, com as fotos de carros antigos para a impressão de um calendário, “brilharam os olhos” da atendente, lembra ele. Pronto. Na última terça-feira estavam todos reunidos na casa de Grocoske para o lançamento do calendário “Clássicos de Curitiba 2013”.

O empresário e outros 12 amigos formam uma confraria de antigomobilistas como eles definem e foram unidos por essa paixão pelos carros antigos. Desde 2009 eles se reúnem todas as quintas-feiras para jantar e falar sobre esse que é o assunto preferido do grupo. A ideia do calendário foi de Grocoske, que tem 11 carros antigos numa garagem construída especialmente para eles, na sua casa, no bairro Campo Comprido.

Ele conta que os 13 participantes do grupo são amantes do antigomobilismo, mas um deles ainda não tem carro antigo e isso passou a ser um problema porque não seria justo que ele não participasse do projeto. Ou melhor. Isso parecia ser um problema. Na realidade, foi a solução. Eles teriam exatamente 12 carros para ilustrar o calendário. E Marco Antonio Fransolin Peres, que não tem carro antigo, divide a paixão pelo antigomobilismo com outra, a paixão pela fotografia. Problema mais do que resolvido.

A partir daí, cada um dos integrantes da confraria escolheu o carro que gostaria de ver no calendário. Isso porque a maioria deles têm mais de um. Peres foi produzindo as fotos e no fim estava com cerca de 800 imagens disponíveis. As fotos foram escolhidas e foram impressos 1.500 exemplares. Grocoske explica que eles não serão vendidos, mas distribuídos para os apaixonados pelos carros antigos.

Os gansos

O idealizador do projeto escolheu o Chevrolet Bel Air Sport Coupe 1955 para ilustrar o mês de abril. “É com ele que gosto de passear com a esposa”, diz ele para justificar a escolha. Ela, aliás, é uma figura fundamental nessa confraria. A dona Guita comanda os jantares, define cardápios e até usa os participantes como “cobaias” das experiências gastronômicas. Mas ninguém reclama. E na foto não poderia faltar um toque da esposa. Estão lá “o meu carro e os gansos da Guita”, frisa o empresário.

Essa paixão não tem preço, mas Grocoske estima que os carros do calendário valem cerca de R$ 2 milhões. Independentemente de valores, o clima na apresentação do calendário foi de entusiasmo. Grocoske lembra que a sua coleção começou lá na década de 1970. Antes disso, ele cita o primeiro carro que teve, um Ford Coupe 1946, que ele comprou em 1962, aos 19 anos. Apesar de não ter mais o veículo, lembra dele com muito carinho porque, além de ter sido o primeiro, foi com ele que conheceu a Guita.

Fotos: Marco Fransolin Peres

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