Carreteira N.º 18 Está Salva!

Camilo Christófaro, o “Lobo do Canindé”. Eis um nome de primeira grandeza no universo das competições automobilísticas brasileiras, sobretudo no que diz respeito às carreteiras.

Praticamente durante toda a sua carreira de piloto de competição, foi fiel a este tipo de veículo tornando a sua carreteira Chevrolet 1940 número 18, equipada com motor de Corvette, a mais famosa do país.

Competiu em autódromos e estradas de vários estados e quando era anunciada a sua participação, a expectativa dos aficionados era imensa. No autódromo de Interlagos/SP, a partir de 1957, a sua presença foi constante, mesmo depois do advento de veículos de competição bem mais modernos que a sua carreteira.

Nos dias 23 e 24 de novembro de 1957, em parceria com Djalma Pessolato, ele disputou a II Mil Milhas Brasileiras. Nesta prova, Pessolato atropelou um cavalo, capotou a carreteira e morreu.

Em 1959, na IV Mil Milhas, fez parceria com José Gimenez e obteve o segundo lugar. Em 1960, na V Mil Milhas, junto com Celso Lara Barberis ficou em quarto lugar e ainda com Barberis esteve na VI Mil Milhas em 1961, não terminando a prova, acontecendo o mesmo na VII Mil Milhas, em 1965, quando dividiu a pilotagem com Antônio Carlos Aguiar. Mas, o seu grande êxito veio em 1966, na VIII Mil Milhas quando, com Eduardo Celidônio, levou a sua carreteira amarela ao primeiro lugar.

No Paraná, Camilo competiu inúmeras vezes. Logo depois daquela vitória em Interlagos, nos dias 19 e 20 de novembro de 1966, coroando anos de dedicação às competições automobilísticas, já no dia 18 de dezembro do mesmo ano ele estava em Curitiba com a sua carreteira entre outros 31 carros, para disputar o II Grande Prêmio Automobilístico Rodovia do Café, que marcava a inauguração da estrada asfaltada entre a capital paranaense e a cidade de Londrina/PR, numa distância de 802 quilômetros, ida e volta. O público delirou, mas, Camilo não teve sorte. Na ida, caiu fora da estrada e atrasou-se. Na volta, capotou na altura de Vila Velha, fraturou o tornozelo, foi hospitalizado e operado em Curitiba.

Em outra oportunidade, na prova de reabertura do Autódromo de Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, em abril de 1968, estava em primeiro quando quebrou a engrenagem do comando das válvulas do motor da sua carreteira, terminando em quarto lugar.

Vai daí, que após a morte do piloto, ficamos tristes, quando vimos, há cerca de 4 anos, no pátio da entrada do Autódromo de Interlagos, a sua carreteira toda estropiada, com umas rodas imensas, sendo manuseada por quem desejasse, sem nenhum cuidado.

Agora, ficamos alegres, ao sabermos, através o ex-piloto de competição paulista Ruy Amaral Lemos, que a carreteira 18 está restaurada e, felizmente, salva do ferro-velho!

Nas fotos, a carreteira restaurada, mas, sem as rodas antigas raiadas e de cubo-livre; no Autódromo de Pinhais, à frente da carreteira nº 74 de Ângelo Manoel Cunha, de Laranjeiras do Sul/PR; e, numa largada nesta mesma pista, ao lado da carreteira de Bica Votnamis e do Alfa Romeo P33 de Piero Gancia.

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