Completa 28 anos o Jornal do Automóvel

Quando o jornal O Estado do Paraná deixou suas instalações na Rua Barão do Rio Branco para outras mais modernas na Cidade da Comunicação, nas Mercês, com todos seus integrantes, entrávamos em uma nova era: a do fotolito.

O espírito empreendedor do empresário Paulo Pimentel deu nova vida e imagem ao jornal, instalando moderna maquinaria a serviço da comunicação paranaense, que passou a usar cores em suas edições.

E foi nesse clima de investimentos e criatividade que o jornalista Mussa José Assis resolveu transformar páginas de matérias sobre automóveis, em um caderno especializado, complementando a nova e moderna imagem gráfica do jornal. E conversando com o jornalista Antônio Cipriano Bispo, que na época já escrevia sobre automóveis e automobilismo, escolheu o nome “Jornal do Automóvel”.

Assim, no dia 22 de setembro de 1974, a primeira edição do Jornal do Automóvel era encartada no jornal O Estado do Paraná, como caderno especial sobre automóveis, destacando em sua capa, a cores, o carro-conceito BMW Turbo. Noticiava ainda, que a Ford tinha novo Gerente de Imprensa (Luiz Carlos Secco) e que em Brasília, seria disputada a segunda etapa do Torneio Brasileiro de Super Vê.

Dez anos depois, em setembro de 1984, destacava em sua capa, a eleição do empresário paranaense José Carlos Gomes de Carvalho à presidência da Abrave (Associação Brasileira de Veículos). Destacava também, a escolha do piloto Ayrton Senna como primeiro piloto da Toleman na Formúla-1 e o lançamento da linha Chevette e Monza 85.

Vinte anos depois, em setembro de 1994, o lançamento do novo Gol 95, da Honda CG 125 Titan e do Itamarty Executivo eram os destaques, além de matérias complementares sobre rali e competições de velocidade.

Mas uma das matérias que marcaram a atuação do Jornal do Automóvel em nosso automobilismo, foi a cobertura com exclusividade (“furo”) do “Looping da Morte”, realizado no Autódromo de Pinhais. Em agosto de 1977, o conhecido homem de “shows” automobilísticos Jota Cardoso, responsável pela famosa equipe dos Volantes Voadores, que maravilhava as platéias sul-americanas com seus “vôos sobre rampa”, “derrapagens controladas” e “trombadas provocadas”, resolveu colocar em prática um sonho seu: o “Looping da Morte”.

Jota Cardoso e sua equipe montaram então no Autódromo de Pinhais, uma estrutura circular de madeira, de aproximadamente 360 graus e com cerca de 15 metros de altura, através da qual carro de sua equipe, realizaria volta completa, verdadeiro “looping da morte”.

Para realizar a arriscada façanha, J. Cardoso escolheu seu melhor piloto (Ivan), que depois de vistoriar a estrutura circular de madeira, e resolveram tentar a façanha inédita, o “looping”.

Após aquecer o motor de seu carro e dar algumas voltas pela pista do Autódromo e sob olhares de seus companheiros de equipe e outras pessoas presentes, a uma velocidade de aproximada de 70 km/horários, entrou na estrutura e deu início ao “looping” da morte.

Mas um imprevisto aconteceu. A estrutura “trabalhou” um pouco, e o carro após vencer mais da metade da circunferência “estolou”, indo bater com a suspensão dianteira na parte baixa da estrutura, após uma queda de aproximadamente 10 metros. Ouviu-se o ruído de tábuas partindo-se. O susto na ocasião, foi grande.

Conduzido para fora do Autódromo pelo jornalista Antônio Cipriano Bispo, para ser medicado (com pequenas escoriações), Ivan reclamando da falta de sorte comentava: “Não foi nada. Na próxima eu atinjo a velocidade perfeita e tudo bem.”

O “looping” foi fotografado pelo colaborador do Jornal do Automóvel, Catta Pretta, que juntamente com o editor do caderno (A. C. Bispo), assistiram a façanha da equipe Jota Cardoso. Um momento histórico que ficou registrado com exclusividade no Jornal do Automóvel.

Hoje, vinte e oito anos depois de seu lançamento, o Jornal do Automóvel dedica especial atenção aos lançamentos mundiais que estão ocorrendo na 75.” edição do Mondial de L’Automobile, (Salão do Automóvel de Paris 2002), que tem o prestígio de ter sido o primeiro salão de automóveis do mundo, em 1898, aberta ao público ontem, sábado.

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